quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Meu primeiro teste: "O Rei Leão"

Mês de Junho do ano de 2009. Minhas aulas de canto a todo o vapor, buscando agora uma voz mais lírica, no estilo de Fantasma da Ópera. Nessa época eu ainda não conhecia escolas como a OperÁria, que davam cursos de montagens de musicais. Aliás, faz pouco tempo que elas existem. Teatro musical é muito recente no Brasil, e a busca por essas escolas vem crescendo cada vez mais.

Um dia, um amigo meu que fazia cursos na Escola de Artes OperÁria, me disse que iam ter testes pro musical "O Rei Leão" e que o curso seria nas férias de julho. Por eu estar ainda no colegial, pra mim seria perfeito o curso nas férias. Bom, precisava me preparar pro teste, afinal, eu nunca tinha feito um e não tinha ideia de como seria. Minhas aulas de canto eram numa terça-feira. Cheguei pro meu professor e disse: "Vou fazer o teste na OperÁria pro Rei Leão, o que você acha?". Em questão de poucos minutos ele já estava com a partitura da música da peça em mãos e começamos a ensaiar. Como eu tinha o perfil, quis audicionar pra fazer a Nala, uma das protagonistas. Sim, muita ousadia da minha parte de cara querer ser a protagonista. Eu pensava "Obvio que não vou passar, devem ter milhares melhores que eu". O problema maior era que eu tinha apenas uma semana pra me preparar. O teste seria na próxima terça-feira, depois da minha aula de canto. Além da parte de cantar, eu tinha que levar um monólogo. Agora, onde encontrar um monólogo? Eu estava completamente nervosa e perdida. Até que o mesmo amigo meu que me falou sobre os testes, me enviou um texto e assim fiquei mais calma. No dia do teste, levei a partitura da música da personagem, que eu iria audicionar "Shadowland" e uma outra do Corcunda de Notre Dame - "God Help the Outcasts". Cheguei no horário marcado e em menos de 5 minutos eu ja estava dentro de uma salinha pequena onde eu iria cantar. Confesso que fiquei nervosa, mas quando eu canto pra pessoas que eu não conheço, geralmente eu me saio melhor e me sinto menos nervosa. Nem precisei entregar a minha partitura, o pianista já tinha lá. Praticamente todas as meninas devem ter cantado essa música. Me apresentei, disse o que iria cantar e comecei. Todos da banca foram muito simpáticos, apesar de o Diretor Geral, sempre muito rígido não sorrir tanto quanto os outros. Olhei para um ponto fixo na parede e comecei a cantar. Apesar de estar olhando acima da cabeça deles, eu percebia que o Diretor anotava coisas, e falava baixinho com alguém do lado. Nunca tinha passado por isso, apenas tinha uma noção do que era, então aquilo pra mim tornou-se muito desconfortável. Eu só pensava que eles não estavam gostando. Terminei de cantar e pediram o monólogo. O texto não era muito grande, dava pra falar inteiro, mas quem disse que eu consegui? Na metade eu ja tinha esquecido tudo. Parei numa frase qualquer e fiz aquela cara de "Acabou", sorrindo, sempre.

- Você pode aguardar aqui do lado de fora, que daqui a pouco vai ser o teste de dança, ok?! - Disse o diretor pra mim. Os outros da bancada agradeceram e eu sai da sala. Quando eu sai, uma menina que depois fez o curso comigo, me disse:

- Parabéns, você canta muito bem. Aquele comentário me fez sentir mais confiante e acreditar que eu tinha chances de conseguir o papel. Depois fui pra outra sala, onde uma moça e um rapaz ensinariam os passos, e ali mesmo faríamos o teste. Dancei o que pude, já que não sou dançarina. Sai de lá com a cabeça pensando mil coisas, tentando lembrar o que eu fiz, o que eu não fiz, se eu tinha cantado bem, enfim, milhares de coisas. Alguns dias depois recebo uma ligação.

- Samira, tudo bem? Aqui é da OperÁria. Estamos ligando pra dizer que vc foi aprovada no teste.

Aaaahh! Eu queria gritar de alegria. Minhas expectativas não eram as melhores até essa ligação. Mas, só ficaria sabendo mesmo se eu seria a Nala, numa reunião de elenco. Que seria na semana seguinte a do teste, mais uma vez depois da minha aula de canto. Cheguei na reunião, nervosissima, pra conhecer as pessoas, ver quem faria também o curso.

O diretor começou falando sobre como seria, as regras da escola, enfim, tudo o que a gente deveria saber. Até que o momento esperado chegou. Iam falar os personagens.

- Bom, vamos começar por quem? Pela Nala pode ser? - Fala o diretor - Bom, a Nala vai ser a Amanda Neves, cadê a Amanda?. A Amanda era de outra cidade, e não estava presente. Queria ver quem seria a outra Nala. Sim, os papeis eram divididos pra duas pessoas, por ser um curso, era mais vantajoso para que todos pudessem aprender.

- E a outra Nala será a Samira - Continuou o diretor. Aaaaaaaah surteeei! Levantei minha mão pra que todos soubessem, porque eu era nova ali, e ninguém me conhecia. E fiquei até o final da reunião com um sorrisão dentro de mim. Eu queria muito esse papel, muito mesmo. Eu sabia que ali eu era aprender de mooonte. Por isso que hoje em dia eu vou atrás e me jogo. Se for pra ser vai ser, se não, siga em frente!

3 comentários:

  1. Eu fico imaginando sua cara Samira.. na hora do diretor falar que a Nala seria a Amanda. Tipo, se fosse comigo eu já teria perdido TODAS as esperanças. Ai ele vai e fala que a outra Nala ia ser vc! uhAhAuhauHA Coração batendo a mil!

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  2. Gostei muito da sua história , e queria pedir uma pequena ajuda . Eu tenho só 12 anos , porém entrei para um grupo de teatro músical no colégio, para amadores . A peça escolhida , foi O Rei Leão e o teste é esta quinta-feira. Não faço a minima ideia do que fazer. Tenho que apresentar uma cena do filme, mas não sei qual escolher. Me ajude por favor e responda no meu e-mail (que está abaixo , pois esta conta do google esta com problemas) . Estou esperando a resposta . Marina

    e-mail: maa_moraees@hotmail.com

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  3. Olá Samira,

    Será que vc pode me ajudar? Por acaso vc ainda tem o texto do Rei Leão? Estou louca para montar com os meus alunos, porem não acho nada com uma adaptção bacana!! Vc pode me ajudar? Meu e-mail é mariwerebe@hotmail.com

    Obrigada e parabéns pela sua história!!

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