terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bicicletas em São Paulo

Esses dias, andando por São Paulo, reparei que criaram uma faixa exclusiva para as bicicletas andarem durante o domingo na Av. Paulista. Já tinha visto em outros lugares, mas na Paulista ainda não.
Bom, primeiro que eu já acho errado bicicleta andar por São Paulo, seja qualquer dia da semana. Quem anda, defende que há uma superlotação de carros na cidade, que poluí, que gera trânsito, etc. Ok, tudo isso é verdade. O problema é que a cidade foi feita para essas verdades e não para bicicletas. Apesar de suas vantagens, não tem condições de carros, motos e bicicletas andarem em um mesmo espaço. 
Enfim, pessoas morreram atropeladas, protestos foram feitos e a população bicicletária ganhou seus direitos. AGORA, VAMOS USÁ-LO?
Fiquei revoltada domingo passado, quando estava andando de carro e não foi uma, nem duas, mas mais de 5 pessoas que passaram pelo carro de bicicleta, ao invés de estarem ao lado esquerdo usando a faixa, estavam no lado direito, onde tinha motos, carros e até ônibus. Depois que morre, a culpa é de quem atropelou. 
Minha vontade foi abrir o vidro e gritar pra eles: "Vai pra faixa de vocês". 
O fato é que ninguém respeita ninguém. Quando você esta na posição de motorista, acha que pode fazer tudo, assim como na posição de pedestre e de quem anda de bicicleta. Se cada um fizesse sua parte, não haveriam mortes, protestos e todos viveriam em paz. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O cosmos

Pra quem convive comigo e com minha irmã diariamente, sempre nos ouve falando em cosmos.

O que é o cosmos?
Chamamos de cosmos aquelas coincidências que acontecem no dia-a-dia. Maaaaaas, claro que não é algo tão simples assim. O que acontece com a gente é muito mais forte. Primeiro que eu não acredito em coincidências, tudo o que acontece na nossa vida tem com certeza um propósito. Segundo que nossas "coincidências" são fortes. Acredito que algumas pessoas no mundo são mais sensíveis ou não à isso. Por isso você pode ter fortes coincidências, mas não repara nisso ou repara e não faz muita questão de saber o que é.

Minha irmã veio percebendo que essas coincidências estavam sendo muito fortes, do tipo ela pensar em alguém que não falava a anos e essa pessoa no mesmo dia ou na mesma semana vir falar com ela. Ou como eu passei esse ano. Estava na sala sozinha, assistindo American Idol. Entre dois artistas famosos, estava a lindíssima Jennifer Lopes na bancada de jurados. Até ai tudo bem. Entrou o primeiro candidato de uma cidade X dos EUA. Um pouco antes dele entrar e cantar a música, eu fiquei pensando: "Nossa, cantar para a Jeniffer Lopes, meu Deus, o que eu cantaria?" Pensei em uma música da Toni Braxton. O candidato entrou e cantou exatamente a música que alguns segundos atrás eu tinha pensado.
Ok, você pode ler isso aqui e pensar: "Meu, foi só uma coincidência". Mas NÃO. Dentre milhões e milhões de músicas que essa pessoa poderia ter cantado, como foi ser exatamente a que eu pensei? E se fosse qualquer outra pessoa durante o programa que tivesse cantado, ok, até não consideraria um cosmos. Mas foi logo a primeira pessoa e num curto espaço de tempo.
Outro exemplo de cosmos foi esses dias com o meu namorado dentro do carro. Estava perguntando pra ele se ele tinha visto aquela propaganda nova do habib's, que é meio que um musical, e o estilo é bem parecido com o filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate", mas a versão nova. A partir disso, começamos a comentar sobre o filme, que a versão antiga era a melhor, a mais legal, enfim. Logo chegamos em casa e eu liguei a televisão. Apertei (juro!) qualquer canal, e caiu no SBT, e o que estava passando? A Fantástica Fábrica de chocolate, versão antiga. Ou seja, são coisas que acontecem no nosso dia a dia, impossíveis de ser ignoradas.

Eu acredito muito na ligação entre as pessoas no universo, na força do pensamento e como ele influencia nas nossas vidas.

Cada dia mais eu acredito no cosmos. E aí, já teve um cosmos hoje?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Faculdade e Casa nova

Após mil anos sem escrever, senti uma falta enorme de escrever. É que minha vida andava tão parada, sem nada pra fazer. Era aquela coisa chata de ir pro cursinho, não fazer nada lá, voltar pra casa e durmir. Tá bom, não foi tão sem graça assim. Eu sai bastante e curti 1 semestre inteiro sem ter que estudar. Tive que ralar muito no colegial. Tava cansada das mesmas coisas, das mesmas matérias que eu só aprendia pra fazer a prova e logo já esquecia. Enfim, tudo está melhor agora.
A grande novidade é que eu estou na faculdade! Antes de decidir o que eu iria fazer, entrei em crise, claro. Eu tive o colegial inteiro pra pensar e o cursinho também, mas 3 anos e meio não foram o suficiente pra eu decidir o que seria do meu futuro. Na verdade ainda não sei totalmente, mas tenho pelo menos um rascunho do que pode ser. Escolhi ser publicitária. Não, não sou criativa, não sei lidar com pessoas, não sei nada sobre nada. Mas eu fiz a opção. Entre todas as possibilidades, julguei essa a melhor pra mim. Eu achava que seria a única lá que não sabia o que fazer, que estava la tentando descobrir um talento pra Publicidade. Engano meu. Depois de conhecer as pessoas da sala, descobri que a maioria estava no mesmo barco que eu. Tem gente que já fez Direito, História, Psicologia e por ai vai. Deve ter mais gente que desistiu de outros cursos, é que eu não conheço todo mundo, óbvio. Tem umas 70 pessoas na minha sala. Eu achei que seria um absurdo tudo isso de gente, mas nem parece que tem tudo isso.
Numa aula de desenho, (uma das matérias em que se divide a turma toda em três) a professora perguntou quem estava ali mas só pra ver como era o curso, que não tinha certeza se era aquilo mesmo que queria. Eu achando que seria a única, pra surpresa minha, muitos ali não sabiam também. Aquele dia me deu um alívio. Um conforto por não estar sozinha. O curso por enquanto tá legal. As aulas são bem tranquilas, muito mais que no colegial onde o ritmo era muito mais puxado. O fato de ser dobradinha todas as aulas faz o dia passar muito mais rápido. Tá bom, tá bom, eu sei que nem tudo são flores. É só o começo, sei que pode ficar mais carregado. Mas eu to disposta a encarar tudo que vier.
Mudando de assunto, mudei de apartamento! A mudança foi muito cansativa. Mas o primeiro lugar que eu arrumei direitinho e organizado foi meu quarto. E ele continua sempre muito organizado. Esses dias comprei uma mesinha e uma cadeira pra estudar. É uma paz maravilhosa. Não escuto nada que vem da sala, gente reclamando, rádio, TV, nada! Sem contar que eu não tenho que dividir com ninguém. Ai, é maravilhoso! Prontoooo, passou.
Enfim, tô muito feliz nesse momento da minha vida. E espero que daqui em diante continue assim.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pai e Mãe ao mesmo tempo


Dia das mães chegando e esse já é o 4º que eu passo sem a minha mãe. Não há nada pra fazer nesse dia, a não ser dar os parabéns a minha avó, que hoje cuida de mim como se fosse filha, o que na verdade sempre aconteceu, até mesmo quando minha mãe era viva. Mas eu agradeço a Deus que pelo menos passei 14 dias das mães com a minha. Tem gente no mundo que nunca pode viver esse dia com a sua mãe. Do mesmo jeito que eu nunca vivi com meu pai no dia dos pais. Esse sentimento entre pais e filhos, deve ser aproveitado a cada instante. Por mais que a gente brigue, fique de cara feia e exploda de raiva quando eles nos dizem "Não", tudo o que eles fazem por nós é pro bem, é porque se importam e nós temos essa dívida com eles o resto da vida. Hoje, no ônibus, senti esse carinho mais que tudo nessa vida. Estava sentada, super distraída, quando num ponto um pai entra com a filha no carrinho, pela porta de sair do ônibus. Era muito pequeno o espaço, não cabia um carrinho ali. Mas parecia que ele não tinha escolha, a não ser tentar. Um soldado que estava na porta ajudou o homem a colocar a filha lá dentro. O pai estava com uma mochila rosa da filha, com a imagem de um gatinho. Ele tinha olhos azuis, bem claros. Um olhar cansado, e preocupado com a filha. Aparentava ter uns 38/40 anos de idade. A saída dos passageiros era preocupante. Com o ônibus relativamente lotado, era difícil com aquele carrinho na frente todos conseguirem sair. O pai sabia o quanto aquilo estava desconfortante pra ele e pros passageiros, e fazia de tudo pra facilitar a saída de todos. Em um dos pontos, uma mulher, que precisava passar ao lado do carrinho pra sair, não teve tempo de chegar a porta rápido. O motorista já ia fechando a porta quando ela grita: "Vai descer motorista. Pô, fica esse carrinho aqui impedindo a passagem dos outros". Imediatamente olhei para os olhos do pai, que só olhava pra filha, protegendo-a ao máximo. Eu não sei porque, mas acho tão mais emocionante um pai cuidando de um filho, ainda mais se é uma menina. Não sei se é porque eu nunca tive meu pai pra fazer isso por mim, mas eu acho a coisa mais linda desse mundo. Logo depois dessa moça descer, o pai conseguiu um lugar e se sentou, segurando com firmeza o carrinho. A filha dele era a coisa mais linda. Super quieta, não chorou em nenhum momento, pelo contrário, sorria o tempo todo. Parece bobo eu falar desse amor de pai e filho. Vocês devem estar pensando, óbvio, todos os pais amam seus filhos e os proteje. Todos não. Num mundo de hoje onde pai atira a filha da janela, ou uma mãe troca a filha por 3 latinhas de cerveja, ver esse pai no ônibus com a filha, passando por toda a dificuldade de não ter outro meio de transporte pra andar com ela e tendo que ouvir uma passageira reclamar alto por ele não ter escolha, e mesmo assim o pai ali, cuidando da menina, protejendo o rostinho dela do sol forte que estava batendo, pra mim foi lindo. Na hora dele sair no ônibus, no mesmo ponto que eu inclusive, reparei que ele não tinha aliança de casado. Fiquei imaginando milhares de razões pra isso. Será que aquela menina perdeu a mãe? Ou o pai era apenas separado? Ela era tão pequena, como podiam ter se separado tão cedo? Não sei, nunca vou saber. Talvez nunca mais eu veja aquele pai na vida. E ele nem imagina que tenha escrito sobre ele aqui. Mas uma coisa que eu sei e vou lembrar pra sempre é que ele a ama mais que tudo nessa vida.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Atualizando...

Depois de sustos em metrô, trem, festas e afins, nada de impressionante aconteceu na minha vida. Nada que fosse prender a atenção de alguém e também não consegui lembrar de nada da minha vida que fosse bacana de postar. Como eu já fiz muitas coisas desde minha última postagem. Então vim aqui só pra atualizar e pra contar o que está acontecendo na minha vida agora.
Final de Fevereiro conclui meu curso de Pop Musical na OperÁria e foi um sucesso. Conheci pessoas maravilhosas que já adicionei pra minha lista dos "Pra sempre".
Agora estou numa escola nova que se chama 4act. É uma escola nova de musical, mas tem a total estrutura que o Brasil precisava. Estou fazendo o curso básico de musical primeiro, porque apesar de vocalmente eu ter aprendido muito, ainda tem a parte de dança e interpretação que eu deixo a desejar e muito. O curso tem 4 meses e em junho tem a apresentação. Semana que vem já começam os ensaios, to ansiosa.
Em Março era pra eu ter feito meu segundo teste pro musical "A Cor Púrpura", mas não haverá o teste tão cedo. Nós, candidatos, recebemos um e-mail dizendo que os testes só serão realizados com a confirmação e certeza de que o espetáculo terá condições de ser montado, o que vai acontecer só em 2011. Bom pra mim, terei muito tempo pra estudar até lá.
Sobre a faculdade já mudei de novo o que vou fazer. Até o momento devidi que vai ser Publicidade. Aliás, fiz minha inscrição no Mackenzie hoje. Também vou prestar um vestibulinho na Etec pra fazer o curso de canto, caso eu não passe no Mackenzie. Se eupassar nos dois? Relaxa, isso nao vai acontecer! hahahahaha!
Ah! Finalmente meus avós conseguiram comprar um apartamento novo e maior que o nosso. Em maio a gente já se muda. E a melhor notícia é que terei um quarto só pra mim! Quando todo mundo resolver me encher o saco pra onde eu vou? Pro meu quarto. Quando eu quiser cantar feito louca pra onde eu vou? Pro meu quarto. Quando eu não suportar a minha irmã trocando do Jornal pro canal de desenho pra onde eu vou? PRO MEU QUARTO! Eu sei, você, pessoa que é filho (a) unico (a), deve achar ridículo eu comemorando uma coisa dessas. Mas vocês não sabem o que é ter que dividir um quarto com uma pessoa totalmente diferente que você. Dividir o amário com você. Ainda mais sendo a desorganizada e bagunceira da minha irmã. No meu quarto eu posso decorar como eu quiser, fugir da minha família e de problemas quando eu quiser. Me trancar lá dentro e sair a hora que eu quiser. É sim, tudo de bom!
Julho está chegando e eu irei viajar pra Europa com minha família. Primeiro vou pra França, depois pra Inglaterra e no final Itália. Não vejo a hora de entrar no avião logo e fugir um pouco do inverno no Brasil. Certeza que aqui vai congelar...
Bom, essas são as novidades maiores.... Vou tentar não abandonar o Blog, eu adoro escrever aqui! :)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Coisas que eu ODEIO!

Ultimamente eu tenho reparado que eu posto no twitter muitas vezes falando de coisas que eu odeio. Então vim aqui dizer tudo de uma vez.

- Eu ODEIO quando a minha irmã pega as minhas coisas sem pedir. Odeio profundamente! Se pelo menos voltasse do jeito que estava, no lugar certo, mas não. Vem estragado, ela deixa em qualquer lugar, ou às vezes nem volta pra mim, por que ela perde.
- Eu ODEIO eu odeio quando a minha irmã desarruma o quarto. INFELIZMENTE a gente dorme no mesmo quarto. Eu sou organizada, quando bagunço, pode até demorar mas eu arrumo, porque eu não suporto bagunça. E ela sempre deixa tudo desarrumado. Tenho um ódio profundo disso.
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Eu ODEIO quando meu avô tenta falar comigo coisas sem importância quando eu tô com o fone de ouvido ouvindo música.
- Eu ODEIO quando aquele povo NOJENTO no ônibus bota pra tocar aquelas músicas de funk alto. Gente, é simples, por uma questão de educação, nem que fosse tocar músicas de musical não seria legal tocar alto, porque tem gente que não gosta. Agora, imagina funk. E não é aqueles funks que falam de favela, de pobreza, são aqueles que falam de sexo, de orgia, safadeza, entre outros. Esses dias mesmo entrei no ônibus e vejo duas mulheres ouvindo aquele tipo de música e dançando ainda por cima. Juro, VERGONHA ALHEIA.
- Eu ODEIO essas pessoas que trabalham em lojas de roupas/sapatos/bolsas e afins em que você chega e elas te olham com aquela cara de: Você está acabando com o meu dia. Gente, eu entendo que acordar cedo, ir trabalhar e não ganhar o salário desejado não é bacana, ninguém precisa estar feliz, mas você está VENDENDO!! Isso significa que vc tem que ser pelo menos simpática com as pessoas. Geralmente quando eu vou nesses lugares, antes de entrar na loja ou escolher um caixa no supermercado, eu sempre olho para as atendentes pra ver se elas estão sorrindo e sendo simpáticas. Se você não tá afim de trabalhar com isso, larga o emprego caramba mas não me venha fazer essa cara de poucos amigos. Eu não tenho culpa de querer comprar as coisas.
- CHUVA, eu ODEIO chuva. E se vocês pensam que é só por causa do cabelo, estão enganados. Também é por causa disso, as mulheres sofrem, mas quando tá chovendo não dá pra fazer nada. Acho que essa é uma revolta de todos, mas a minha vem desde criança quando eu queria brincar fora de casa e não podia. Vocês vão pensar "Aaah mas é bom pra dormir" e eu te digo: NÃÃOOO, num é bom nada. Sabe porque? Imagina você, cidadão, trabalhador, estudante, que acorda e sai cedo de casa. Agora junta o mal-humor de acordar cedo + o sono + a chuva maldita. Só pode dar merda né?!
- Eu ODEIO quando vem gente visitar meu apartamento, porque eu to vendendo. Eu sei que se ninguém vier eu não vou vender nunca. Mas galera, me diz, sábado às 10 hras, você vai sair de casa pra ir ver apartamento? Vai te catar né! E eu sou obrigada a acordar cedo!

- By twitter:
quando meu Iphone ta sem proteção ele cai no chão, e quando eu ponho capinha ele nunca cai... Que odioo!

OK! Vocês já se cansaram de eu reclamar da vida né?! Eu sou uma pessoa muito estressada, se você um dia sair comigo vai ser normal eu reclamar da vida. Mas como eu disse muitas vezes "eu odeio", pra compensar eu vou dizer algumas coisas que eu AMO, ok?!

Eu AMO ter uma casa pra morar, ter pessoas que se preocupam comigo, ter condições financeiras de fazer minhas aulas de canto e de viajar, ter comida sempre, ter família, TER MINHA VIDA E ESTAR VIVA!! Então vou tentar reclamar menos e agradecer mais por tudo isso. FIM :)

sábado, 30 de janeiro de 2010

Minha viagem ao Marrocos

Já sei, vocês devem estar se perguntando: "O que ela foi fazer no Marrocos?". Mas calma, vou explicar.
Isso aconteceu quando eu tinha uns 10/11 anos de idade. Eu lembro de estar na 4ª série na escola. Minha mãe namorava um Marroquino pelo ICQ. Eles falavam francês entre eles, que é a segunda lingua falada lá no Marrocos, sendo Árabe a primeira.
Antes mesmo da minha mãe conhecer esse cara pessoalmente, a ideia dela era morar no Marrocos. Sim, morar lá sem ao menos conhecer o cara. Iriamos eu, a minha irmã e ela. Simples assim. Óbvio que eu surtei. Disse: - Mãe, como eu vou pra escola? Vou repetir de ano. Eu não sei falar em árabe - Graças a Deus, aos 10 anos de idade eu pensava no meu futuro, e tinha todas essas preocupações, porque se dependesse da minha mãe, a gente iria mesmo e sem volta. Bom, resumindo, nós fomos para conhecer, não só o país, mas o cara também. Foi em julho, nas minhas férias. Seria minha primeira viagem de avião. Não estava com medo, estava empolgada. Seriam 12 horas de viagem até a Espanha e de lá pegariamos mais algumas horas de avião até o Marrocos. A hora do avião decolar foi a maior emoção. Me lembro como se fosse hoje a minha mãe me perguntando: - Tá com medo? - E eu disse: não. E o avião decola. Depois de tantas horas no avião, a "baudiação" pela Espanha, finalmente chegamos. Como o avião descia na capital do país, tivemos que pegar um ônibus até a cidade dele, Mekenes. Não me lembro muito bem dessa viagem, eu só pensava em chegar logo e deitar.
Ele morava com os pais, já bem velhos, porém com um ar de sábios. O pai falava bastante, tinha cara de saber sobre tudo. A mãe era queita, tipo mulheres que só falavam quando o marido autoriza, mas é claro que não era assim. O Marrocos, apesar de ser um país árabe, com custumes conservadores, como são os muçulmanos, é também um país mais liberal que os outros da mesma religião. O apartamento era pequeno, com poucos cômodos, mas era muito bem arrumado.
Uns outros parentes dele moravam num apartamento logo mais a frente. Esse já era um apartamento bem maior, tinha uma sala linda, com aqueles sofás enormes cheio de almofadas que aparecia na novela "O Clone", pra quem assistiu e uma banheira deliciosa no banheiro. Me lembro de ter assistido muitos desenhos nessa casa, com a dublagem em árabe, o que pra mim era um barato.
A comida era feita o mais próximo possível da comida brasileira. Me lembro muito bem de sempre ter arroz, carne moida, batata frita, e coca-cola. Sempre. No café da manhã era pão (Não era o francês que a gente come aqui, era um diferente, redondo, muito gostoso) com polenguinho e leite com chocolate.
Todos os dias a gente ia pra algum lugar diferente, conhecendo a cidade aos poucos. Descobri que lá só tinha um único Mc Donald's pra cada cidade. Aquilo me fazia rir muito. Eu perguntava: - Mas como vocês vivem com um único Mc Donalds? Num lota não?. Lá o Mc é muito caro. Por isso nem todo mundo vai e nem a toda hora, como nós aqui. Eu fui duas vezes. E em uma dessas vezes tava passando um clipe da Sandy&Junior (Nem longe do Brasil me livro dessas pragas).
Tiramos várias fotos por lá, que por sinal, eu não sei onde estão, bacana né?! (Y). Em um desses passeios nós fomos para a praia. Não pense que as mulheres usam turbante ou véu no mar. Pelo contrário, é igual aqui. Todas as mulheres de biquini, normal. Era engraçado que lá tem camelos por toda a parte pra tirar foto. Óbvio que eu fui. Deu muito medo da hora de subir, porque o bicho primeiro se inclina e depois sobe, eu quase cai. Na época que eu era uma criança me diverti mais do que ninguém.
E assim ficamos por lá durante um mês. Nesse tempinho aprendi algumas palavras em árabe e em francês. Lembro que nossa última noite por lá nós fomos andar um pouco. Tomamos coca-cola na rua e no dia seguinte, bora pra casa. Na viagem de volta, acabamos ficando presas na Espanha, então durmimos uma noite por lá. E de lá viemos direto para o Brasil. Adorei conhecer uma partezinha da África, foi uma experiência ótima e que eu nunca vou me esquecer.